sábado, 19 de fevereiro de 2011

A fita métrica do amor


 
Será que já paramos pra pensar como medimos as pessoas? Os tamanhos vão ser
muito variáveis conforme as pessoas se envolverem. Essa pequena crônica
nos faz pensar bem sobre quando as pessoas se tornam grandes e quando se
tornam pequenas. Que possa nos ajudar:


Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de
envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu,
quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri
destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se
comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no
momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre
duas pessoas: a amizade.


Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando
busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena
quando desvia do assunto.


Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca
no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas
de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se
deixa reger por comportamentos clichês.


Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um
relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas:
será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.


É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se
encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de
centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e
frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la
inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os
insignificantes.


Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
Por Martha Medeiros

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